DST na merenda escolar

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Um dia li, em algum lugar, um argumento de correlação entre educação sexual e abuso sexual, onde a ausência do primeiro favorece a prevalência do segundo (pesquise no gÜogle “sexual education assault correlation”).

Cito isto pela última tentativa de ‘smokescreen’ do atual governo federal em reeditar cadernos de saúde básica, retirando trechos ‘ideológicos’ e de ‘doutrinação sexual’.

É um péssimo sinal de que o fervor político e as fake news (Kit Gay) prevalecerá sobre estatísticas e fatos.

Pode-se inferir que a incidência crescente de DST, no início das primeiras experiência sexuais para adolescentes e jovens, é resultado da omissão intencional, se assim posso afirmar, de transmitir parâmetros básicos de saúde e educação sexual com foco em prevenção.

Numa analogia canhestra, isto é similar à não estudar Matemática, pois afirma-se que assuntos como Binômio de Newton não são de uso prático, mas com isso não aprende-se a Matemática Básica que evitará que você seja passado pra trás no troco do supermercado. Em Educação Sexual, não fará necessariamente com que você tenha hábitos como Rocco/Cicciolina ou que seja convertido às letras escarlates LGBTI, mas evitará que DST facilmente preveníveis virem pesadelos.

[eu sou bom demais em analogias canhestras…]

Por mais que fatores religiosos sejam o principal obstáculo, não há justificativa moral para impedir que as pessoas tenham acesso a um conhecimento de que será vital para a vida delas, seu bem-estar mental-físico em contrapartida ao custo social (1).

A confusão intencional do atual governo, mascarando uma desdenhosa transfobia, estabelecerá novas diretrizes para uma política de governo perigosa e de profundo impacto a longo prazo.

http://www.soc.ucsb.edu/sexinfo/article/syphilis

One sometimes finds, what one is not looking for. When I woke up just after dawn on September 28, 1928, I certainly didn’t plan to revolutionize all medicine by discovering the world’s first antibiotic, or bacteria killer. But I suppose that was exactly what I did.

 Alexander Fleming

(1) O custo social aqui inserido é de complexa aferição, pois há o custo dos progenitores em reduzir ou interromper seus projetos pessoais (escolarização, principalmente) o que afetará negativamente suas rendas econômicas por toda a vida. Há o impacto ambiental de que uma camisinha pode evitar (USD 1, 00) em função de fraldas descartáveis (USD 1.100,00/year). O impacto direto em saúde básica em função do tratamento de DST como AIDS (USD 200.000,00/treatment) ou Sífilis Congênita (USD 6.700,00/treatment) são os mais discutidos, mas o sofrimento mental destes tratamentos em função da localização geográfica das pessoas e do acesso pleno a serviços de saúde pública é fato de pouca discussão além do meio acadêmico. Este custo é potencializado pela ausência da educação sexual correlacionada a presença dos fenômenos de reincidência da patologia sexual no mesmo segmento etário e/ou social. Entre outros fatores que incrementam este ônus, a Educação Sexual poderia evitar um gasto inútil tanto no aspecto das DST quando de saúde mental, retirando parte da pressão sobre o sistema SUS e otimizando recursos públicos.

Don't be a troll; neither a pussy too.