Acho que já contei sobre uma noite homérica na garagem dos Graveskovich, onde o Bitchô apareceu com um rack com quase 15 CDs, que era a prensa da época, onde estava entre tantas raridades, o ‘Bad Music for Bad People’, do The Cramps.
Bêbado, insisti algumas vezes naquela noite para repetir o disco na íntegra. Para desespero de todos (menos do Bitchô, que assentia).
O universo do The Cramps era um fandom específico entre nós (amigos do Bitchô), ou você amava ou achava ‘neh’.
Nestes últimos dias, eu tenho ouvido o que Poison e Lux ouviam na costa oeste norte-americana, naqueles devaneios entre a surf music e o proto-punk:
Para quem já leu alguma entrevista dos dois, eles vomitavam vários referenciais musicais e, não raro, eu não conhecia nenhum deles.
Nesta semana, estou na onda dos hot rods e surf music, descobrindo um riff ali e um eco gutural que lembrava os acordes da Poison ou o blow job do Lux.
É muita coisa pra ouvir, mas a coletânea ‘Bo Did It’ (fundo da imagem) supera em escala/volume e em variedade, com mais de 691 (!!!) músicas do tio Bo, com reinterpretações de 5.6.7.8’s, Muddy Waters, Alex Harvey & His Soul Band, Dion, Bob Dylan, Flat Duo Jets, The Trashmen, The Velvet Underground, Elvis Presley e, claro, The Cramps.
Entre tantos, não é de estranhar The Cramps da mesma maneira como a canadense (?) ‘Huevos Rancheros’, mas só indica a extensão do interesse musical da primeira em fazer rock’n’roll.
Com tanta coisa que ouvi nas últimas semanas, pensei no Bitchô, possivelmente organizando as centenas de discos que descobri e formatando-os em CD. Teríamos que ter duas vidas e morar numa cervejaria para comentar todas as músicas.