As mil facetas de Sidney Lotterby [36]

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Faltou um adendo na última historieta: ganhei a fita do Bitchô em 99. Numa épóca do CD, só que este último era extremamente caro para a nossa realidade.

Comprar isopropanol para limpar os cabeçotes do K7 também não era barato e facilmente disponível.

Ainda naquele período, comprar a própria fita K7 a depender do acabamento de camada magnética (“ferro”, “cromo”, …) era proibitivo.

Comprar uma K7 pirata em uma loja era um preço absurdo a depender da banda (era mais barato comprar do Modern Talking do que do The Sex Pistols).

E era na mesma época que rolava os formatos VideoLaser (laserdisc, vcd/MPEG-1, svcd, …) antes da hegemonia do DVD.

Imaginem, olhávamos tudo aquilo que chegava nas lojas dos ricaços e nós ainda no K7 ‘ferricromo’.

Era (e ainda é) bom ser pobre, pois percebíamos que o que nos era privado era algo de muito mais impacto e, a importância de um maço de dinheiro <sobrando> no bolso, significava uma posição entre consumir o que todos consomem ou comprar aquele vinil do Anthrax com o salário mínimo.

‘Quero ser pobre um dia, pois de ser miserável já cansei’, dizia o B.I.T.C.H.ô regularmente para as conversas sobre nossas realidades domésticas. Nossas realidades e feitos eram ditadas pelo nosso mais-valia, com a vantagem de que o meu era mais resfolegado.

Mas bastava algo para beber, algo para ler, algo para ouvir e, principalmente, alguém para conversar.

Existia aí um minimalismo consumista tanto conscioso quanto impremeditado, tornando todas as vicissitudes culturais um pequeno incômodo.

Algumas das músicas acima ainda não “encontrei” o disco ainda… mas vamos ouvindo, um dia eu topo com elas.

Don't be a troll; neither a pussy too.