No último ano tenho vislumbrado mudanças radicais no meu corpo. O ato de envelhecer e sentir a velhice neste processo é um momento, no mínimo, cativante.
Como um ateísta, envelhecer é ir em direção a morte diariamente. Mas o meu interesse humanista é arrebatado por tantas alterações fisiológicas, muitas delas por uma bioquímica tácita, lenta e dissimulada. É muita coisa para aprender, e pouco tempo… agora eu começo a perceber o nível de incompreensão sobre esta etapa (final) do corpo de um homo sapiens.
E não é só pela proximidade da finitude, mas sim uma total ignorância de como estes fenômenos se desenrolam.
Esta percepção tornou mais aguda a minha leitura dos meios comuns (tv, impressos, internet,…), e de como não há canais que permitam as pessoas de cabeça branca dominarem o que acomete seus organismos. Em geral, são truísmos como exercícios e alimentação saudável, e baboseiras para gastarem suas economias de aposentadoria.
As variações psicológicas/psiquiátricas também são sensíveis neste momento, o que torna tudo mais interessante e complexo.
Por outro lado, a decrepitude orgânica é um enorme dissabor.