Sophisticated Suspense

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Já escrevi algumas vezes aqui sobre esta HQ, mas relendo ‘Swamp Thing’, no ideário de Alan Moore, em inglês, percebi algumas coisas:

■ preciso aprender muito a língua inglesa para absorver o máximo da narratologia ‘Mooreana’;

■ e a cada (re)leitura é uma (re)ferência nova…

Hoje, por exemplo, percebi a referência bíblica para a expressão ‘am I your keeper?’.

Swamp Thing, Fevereiro de 1985

Aliás, a capa desta edição é uma homenagem a edição de House of Secrets nº 92 de 1971, mas isto é outra historieta e está muito bem contada na internet…

Lembro-me que quando li, analfabeto funcional, não entendi nada dos arcos de história que a falange Moore-Bissette-Totleben tentava nos perverter. Reli algumas vezes desde aquela época (já vão se passar quase 40 anos!!!), e tentando ler em inglês parece ser um tipo de obra que envelheceu pouco, mantendo sua relevância. Com a série Sandman na Netflix, pode ser que um interesse tangencial reapareça já que alguns personagens tangenciais são comuns. Insh’allah…

Nas releituras com Swamp Thing, meu interesse pelas mitologias esotéricas e do sobrenatural renasceu, percebi que para contar uma história de terror não é necessário somente corpos jovens na plenitude sexual dilacerados de forma selvagem, e que um terror psicológico, uma violência (sexual ou física) quase diáfana, é muito mais tenebroso que slasher movies. Também ressurgiu, um interesse nas leituras pulp fiction deste mesmo segmento, ainda que as editoras estivessem, na época, abandonando as boas histórias para a pornografia light. Fiquei muito tempo desperdiçando lendo somente sobre ciências (sem método e objetivos) e ignorando todo o imaginário que a fantasia se propõe a criar. Eu tive acesso, mas não soube aproveitar as oportunidades literárias.

Neste processo de autoavaliação, percebi-me como preconceituoso com algumas linhas literárias, restrito ao consagrado, célebre, ao mainstream, ao científico, ao ‘pé no chão’. A forma como não desenvolvi um método, uma trilha de leitura, é de se lamentar pelo esforço despendido e pelo resultado (ainda um analfabeto funcional, um pouco mais letrado, mas funcionalmente analfabeto).

Foi uma pena tudo isso… eu poderia ter aproveitado melhor as leituras…

C’est la vie…

Gosto mais de uma garrafa de vinho que de um poema, mais de um beijo que do soneto mais harmonioso. Quanto ao canto dos passarinhos, ao luar sonolento, às noites límpidas, acho isso sumamente insípido. Os passarinhos sabem só uma cantiga. O luar é sempre o mesmo. Esse mundo é monótono a fazer morrer de sono.

Macário, o mais lúcido de todos os meus amigos

Don't be a troll; neither a pussy too.